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quarta-feira, 8 de julho de 2015

Z - Parte 5

Tomei um banho. estava completamente ensopado de suor devido à turbulência do sonho (ou pesadelo) desta noite. Ainda era madrugada e somente eu estava acordado. Myca disse que estaria me esperando após o banho para fazer alguns exames e conversar caso eu precisasse.
Fiquei me questionando e tendo alguns lapsos de memória sobre aquele sonho. Ele já não me assustava mais como de momento, mas eu buscava alguma razão ou sentido para toda aquela desordem.
Saí do banho e fui direto ao quarto ao lado me trocar:

- AAAAAAH!
- Myca?! Que... Que você está fazendo aqui?!
- Eu falei que ia esperar você, que iamos conversar, lembra? - Dizia a garota embaraçada com a situação enquanto virava de costas com as mãos sobre os olhos.
- Tudo bem, mas você não podia esperar lá fora?
- Lá fora? É... Claro! Lá fora! - E saiu correndo deixando para trás todos seus apetrechos médicos, como luvas, estetoscópio, prancheta de anotações...

Após o ocorrido comecei a rir. Me vesti. Fui ao encontro da garota mais atrapalhada e igualmente meiga que se lembrava de conhecer em toda minha vida.

Ao chegar ao refeitório, onde havíamos marcado de nos encontrar para conversar, Myca estava com o olhar fixado em sua caneca com chocolate quente e batia o pé no chão de forma inquieta. Cheguei calmamente colocando seus itens sobre a mesa:

- Você esqueceu isso...
- Olha, me desculpa por aquilo. Eu achei que talvez você precisasse de algu...
- Myca! Calma, esquece aquilo. Não tem problema. Foi engraçado até. Vamos apenas esquecer, certo?
- C-Certo!... - Concordou, ainda um pouco acanhada. - Então, me conta como você está se sentindo...
- Sinceramente? Não sei... Você já se sentiu como se você não fizesse parte do próprio corpo?
- Pra ser sincera, não...
- É um pouco difícil entender mesmo... - Dando uma breve pausa enquanto procurava uma forma de se explicar - Parece que não faço parte da minha própria história, as memórias estão querendo vir até minha mente mas elas não se encaixam. Eu não sinto como se elas fossem minhas.

A expressão de Myca havia mudado para uma muito mais preocupada:

- Isso pode ser algo até mesmo patológico. Nós devíamos fazer uma bateria de exames em você para tentar descobrir o que está acontecendo dentro da sua cabeça. Você topa?
- Claro! Qualquer coisa para saber quem eu sou de verdade!
- Então, eu vou preparar tudo para que possamos te examinar.
- Obrigado por tudo, Myca.

A garota se levantou e foi em direção a porta. Antes de deixar o local ela se virou repentinamente:

- E, Z...
- Hum?
- Vamos consertar você!
- Ahah! Eu espero...

E então deixou o local com a pressa inicial enquanto Z permanecia tomando sua caneca de chocolate quente.

A garota apresentava uma inquietação fora do normal, correu até a sala de exames procurando a unica pessoa que poderia ajudá-la sobre o que fazer no momento:

- NITCH!
- O que foi, Myca? Que susto!
- Ele está começando a se questionar! - Disse a garota com um certo medo na voz.
- Isso não é bom...

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